segunda-feira, 26 de março de 2012

"A fábrica sanguinea e os seus trabalhadores"

     Após dar início ao estudo do sangue, seus constituintes e respetivas funções, foi nos propostos a realização de uma actividade laboratorial, com o intuito de observarmos o que havíamos aprendido até então, ou seja, os constituintes do sangue.
     Esta actividade foi possível de efectuar através da técnica do esfregaço (fig.1) que consistiu na separação das células em meio líquido, em que foi necessário espalhar um tecido de uma colónia sobre uma lâmina para que provocasse a dissociação de alguns elementos celulares e a aderência ao vidro. Forma-se assim uma fina camada de células, facilitando a observação.




















O sangue é formado na medula óssea e é um líquido avermelhado. Este é essencial em todos os seres vivos para que sobrevivam, pois o sangue desempenha funções essenciais no combate a agentes agressores (vídeo 1) que provêm do exterior, sendo por vezes fatal para a nossa saúde. Também realiza o transporte de nutrientes. 


Vídeo 1 - Resposta Imunitária

            O sangue é constituído por várias células estas que estão situadas no líquido do sangue (plasma), estas são qualificadas por hemácias (glóbulos vermelhos), plaquetas e leucócitos (glóbulos brancos). Dentro dos glóbulos brancos engloba-se os basófilos, os eosinófilos, os neutrófilos, os linfócitos e os monócitos. Existem vários tipos de linfócitos entre os quais os linfócitos T, os linfócitos B e os linfócitos NK (natural killer). Os leucócitos encontram-se divididos em dois grupos os granulares e os agranulares (fig.2).

Figura 2 - Esquema dos elementos celulares do sangue.
 

Por sua vez cada um desencadeia uma função específica que é fundamental para o nosso sistema imunitário:

Hemácias: são células em forma de discos bicôncavos o que lhes proporcionam uma grande área. Não possuem núcleo nem organelos citoplasmáticos e contêm hemoglobina. Realizam transporte de oxigénio, de dióxido de carbono e de nutrientes (fig. 3).


Plaquetas: Corpúsculos muito pequenos resultantes da fragmentação de grandes células da medula óssea, nomeadamente os megacariócitos. Efetuam a coagulação do sangue (fig. 4).


Glóbulos brancos ou leucócitos:


Granulares: Possuem núcleo e grânulos citoplasmáticos específicos. Realizam a fagocitose e são importantes na defesa do organismo e na resposta inflamatória (libertação de histamina).
     
     Eosinófilos: Realizam a fagocitose de uma forma mais lenta mas mais específica contra parasitas. Reduzem a reação inflamatória pois produzem enzimas que neutralizam as substâncias químicas produzidas pelos basófilos (fig. 5).


     Basófilos: São menos numerosos, libertam histamina e podem fazer fagocitose embora lenta (fig. 6). 


     Neutrófilos: São mais numerosos e fazem fagocitose. São os primeiros a chegar aos tecidos infetados, atraídos pela quimiotaxia (atração química exercida por parte das células lesionadas) (fig. 7).



§      Agranulares: Não se observam grânulos no citoplasma, realizam a fagocitose e possuem um papel importante na imunidade.


Monócitos: Núcleo geralmente reniforme e podem viver vários meses ou anos (fig. 8).


Linfócitos: (fig 9)

  Linfócitos T: São formados na medula óssea, de onde saem posteriormente dirigindo-se para o timo para que realizem a diferenciação e a maturação. Atacam células estranhas ou células parasitadas por agentes patogénicos.

 Linfócitos B: Igualmente formados na medula óssea onde amadurecem. Diferenciam-se em plasmócitos e produzem anticorpos.

 Linfócitos NK: Atuam contra células tumorais ou infetadas por certos vírus.




Imagens: 


Figura 3 - Hemácias.





























Figura 4 - Plaquetas.


































Figura 5 - Eosinófilo.

Figura 6 - Basófilo.

















Figura 7 - Neutrófilo.

















Figura 8 - Monócito.



















Figura 9 - Linfócito. 



















 


O hemograma é um exame que analisa as variações quantitativas e morfológicas dos elementos figurados do sangue. Os médicos pedem esse exame para diagnosticar ou controlar a evolução de uma doença como anemia e infeções de diversos tipos.
Usualmente a primeira parte do Hemograma é a série vermelha (Eritrograma) onde são avaliados os números de hemácias e a concentração de hemoglobina. Geralmente, encontram-se os seguintes itens no exame (fig. 10):

Figura 10 - Eritrograma.


Hemácias: São os glóbulos vermelhos. Os valores normais variam de acordo com o sexo e com a idade (todos os laboratórios colocam os valores de referência no próprio resultado de exame). Valores baixos de hemácias podem indicar um caso de anemia. 

Hemoglobina: É uma proteína presente nas hemácias e é um pigmento que dá a cor vermelha ao sangue sendo o responsável pelo transporte de oxigénio no corpo. A hemoglobina baixa causa descuramento do sangue, palidez no indivíduo e falta de oxigénio em todos os órgãos.
Hematócrito: É a percentagem da massa de hemácias em relação ao volume sanguíneo. Valores baixos podem indicar uma provável anemia e um valor alto também pode ser um caso de policitemia.
VCM  (Volume Corpuscular Médio): Ajuda na observação do tamanho das hemácias e no diagnóstico da anemia. No exame pode vir escrito: microcíticas (indica hemácias muito pequenas), macrocíticas (hemácias grandes). Todas essas alterações indicam que algo está errado.
HCM  (Hemoglobina Corpuscular Média): É o peso da hemoglobina dentro das hemácias. Também ajudam a decifrar casos diferentes de anemias.

CHCM  (concentração de hemoglobina corpuscular média): é a concentração da hemoglobina dentro de uma hemácia. Pode vir escrito:  hipocrómica  (pouco hemoglobina na hemácia), hipercrómica  (quantidade de hemoglobina além do normal).


A segunda parte do hemograma é a série branca (leucograma) e é constituída pelos glóbulos brancos. Nesta parte, acontece a avaliação do número de leucócitos e também é feita a diferenciação celular (fig. 11):


Figura 11 - Leucograma.

Leucócitos: É o valor total dos leucócitos no sangue. Valores altos, são chamados de leucocitose e assinalam, principalmente, uma infeção. Pode indicar outras doenças. Quando essa contagem dá mais baixa que o normal (leucopenia) indica depressão da medula óssea, resultado de infeções virais ou de reações tóxicas. Os leucócitos são diferenciados em cinco tipos no hemograma. Os seus valores colaboram para esclarecer e diagnosticar doenças infeciosas e hematológicas.
Basófilos: Num indivíduo normal, só é encontrado até 1%. Além desse valor indica processos alérgicos.

Eosinófilos: Um número além do normal, indica casos de processos alérgicos ou parasitoses.

Neutrófilos: São as células mais encontradas nos adultos. O seu aumento pode indicar infeção bacteriana, mas pode estar aumentada em infeção viral.

Linfócitos: São as células predominantes nas crianças. Nos adultos, o seu aumento pode ser indício de infeção viral ou, mais raramente, leucemia.

Monócitos: Quando em grande número indicam infeções virais. Os valores podem ser alterados após quimioterapia.
Contagem de plaquetas: A queda brusca do valor das plaquetas pode indicar a dengue hemorrágica.




Conclui-se que qualquer tipo de glóbulo branco é muito importante para a proteção do nosso organismo e que, apesar das diferentes estruturas e funções cada glóbulo branco é essencial para o organismo. 




Referências:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Granul%C3%B3cito_eosin%C3%B3filo 

http://www.plugbr.net/eosinofilo-uma-celula-do-sangue-que-aumenta-em-parasitoses/
http://www.slideshare.net/designare/sistema-imunitrio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_imunit%C3%A1rio
http://www.medipedia.pt/home/home.php?module=artigoEnc&id=634
http://www2.ufp.pt/~pedros/qfisio/sangue.htm
http://www.slideshare.net/evaaraujo/constituintes-do-sangue


26 de Março de 2012

Elaborado por:
Neuza Pires;
Raquel Ferreira;
Raquel Moniz.

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